Por
Gabriel Tagarro
Escrita originalmente, em 1955, por Ariano Suassuna, a peça O Auto
da Compadecida está de volta aos palcos do Rio de Janeiro, no ano em
que o escritor comemora seu 85º aniversário. Dirigido por Sidnei
Cruz e formado por um elenco de 15 atores, entre eles: Marco Pigossi,
Lucci Ferreira, Janaína Prado e Gláucia Rodrigues, o espetáculo
está em cartaz no Teatro Fashion Mall até o dia 01 de julho.
Composta por três atos, a peça retrata para o grande público as
condições de vida presentes no Nordeste do Brasil.
Longe
dos palcos cariocas há 16 anos, o espetáculo vem com uma nova
montagem. Utilizando elementos da literatura que levantam algumas
dificuldades como a extrema pobreza, religiosidade e a figura mítica
do cangaceiro, a iniciativa da Cia. Limite 151 já se tornou
um sucesso de crítica. Quem já conhecia o espetáculo perceberá
que algumas mudanças foram inseridas, de forma positiva, e tornam a
peça ainda mais interessante, mantendo a fidelidade ao texto de
Suassuna.
O tema
central da história se mantém em João Grilo (Gláucia Rodrigues),
que sempre fica ao lado do covarde Chicó (Marco Pigossi), seu melhor
amigo. Dono de uma personalidade dúbia, João Grilo se envolve em
diversas situações, objetivando tirar vantagem sempre. Fazendo uso
de sua esperteza o sertanejo acaba falecendo, vítima de um plano
armado por si mesmo. Ele é obrigado a enfrentar o julgamento divino
quando o diabo tenta capturá-lo a qualquer custo, mas a Compadecida
o ajuda a escapar, dando-lhe uma chance para se redimir.
Semelhante à história contada na TV e no cinema através da
minissérie e do filme, respectivamente, o espetáculo possui
diversos elementos dramatúrgicos que podem projetá-lo para se
tornar um grande sucesso de público. Detalhes como a organização
do palco, que se assemelha a um circo, e a presença de palhaços que
surgem como narradores já se tornam um diferencial. Refinados
elementos de cenografia, figurinos detalhados e afinada interpretação
dos atores apenas somam, tornando o espetáculo um programa
imperdível.
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