sexta-feira, 8 de junho de 2012

Inovar, desapegar ou criar?


Por Lorena Brum


Já começou a Semana de Comunicação, na Universidade Castelo Branco. Dezenas de alunos reuniram-se para ouvir palestras de grandes nomes do Jornalismo e da Publicidade. Entre eles, estiveram presentes a jornalista da Globo News, Luiza Zveiter, o jornalista Marcelo Castilho, repórter da TV Brasil, e os publicitários Marcelo Gorodicht, da empresa X-Tudo Comunicação e Lula Vieira, um dos nomes mais reconhecidos na área publicitária.

O evento tratou das tendências em comunicação, e todos os convidados falaram sobre suas experiências na área, seja ela em áudio-visual ou em redação publicitária. Alguns fatos relatados durante as apresentações levaram a tal ponto de perceber que a comunicação precisa tomar uma forma cultural para passar informações adiante. Segundo Luiza Zveiter, “qualquer tipo de comunicação é cultura. Comportamento é cultura. Informações, no geral, tudo é cultura”. Para a jornalista, que hoje possui um quadro jornalístico na Globo News, ‘Estúdio I’, ela acredita que “as pessoas têm muito mais acesso à cultura através da comunicação. Redes sociais, jornais on line, são alguns dos meios onde pode-se encontrar informações relevantes.” Em seu programa, Luiza mostra as diferentes formas de cultura dentro de uma mesma sociedade, e isso traz uma diversidade de assuntos que são abordados de maneira descontraída e com personalidade.

O livro também faz parte da cultura de um povo, porém, para o publicitário Lula Vieira, esse objeto já deveria ter sido abolido das prateleiras. O por quê? A resposta foi bem simples e taxativa: “As coisas estão evoluindo cada vez mais rápido. Enquanto a tecnologia evolui, os desejos e sentimentos humanos continuam estagnados. Com toda a tecnologia em avanço, é importante também se desapegar das coisas velhas. Claro que existem coisas fundamentais que não podem ser desfeitas. Porém, hoje fala-se tanto em salvar a natureza, e todos os dias se produz mais e mais livros. Isso derruba árvores, gasta-se madeiras para fazer papéis, ainda têm as máquinas que poluem o ambiente, e assim acabam prejudicando a natureza.” Radical ou não, é fato que atualmente os computadores já possuem a capacidade de armazenar páginas e páginas de uma obra, mas será que a cultura existente na sociedade, há séculos, que ainda constituem o hábito de leitura, poderá ser destituída de uma vez por todas do papel? Pode ser!

Desapegar também é outro ponto que bateu muito forte na questão cultural. A exemplo do livro, como já foi mencionado anteriormente, será possível se abster de algo que desde sempre fizemos uso ou convivemos, em prol de uma simples mudança cultural? O jornalista Marcelo Castilho enfatizou um aspecto crucial em sua profissão: “O jornalista tem que saber de tudo, ler sobre tudo, mas é preciso se adaptar as diferentes culturas de uma região para conseguir o que se quer ali.” Mas também existem aqueles tipos de pessoas que não precisam se locomover do seu hábitat para expor a cultura de um povo, como é o caso do publicitário Marcelo Gorodicht, que não poupou as palavras ao dizer que “o que sempre será importante na publicidade, é a idéia. Pessoas com idéias geniais para os diferentes meios de comunicação, terão uma chance muito maior de produzir uma peça para diferentes culturas sociais.”

Conhecer a cultura de um povo, entender como eles se comunicam entre si e com a tecnologia, é um desafio que perdura nos dias atuais. Não basta basear-se apenas no que a mídia retrata, desapegar de velhos costumes, ou ter idéias brilhantes e inusitadas. A comunicação é mais do que só aprender palavras, é tudo aquilo que se aprende e passa de geração a geração. É isso que constrói a cultura de uma sociedade.

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